MANUEL GUSMÃO, O POETA TARDIO Poesia, ensino, ensaio ou política são algumas das áreas onde este eborense de 60 anos vai deixando as suas marcas. O vencedor do Prémio Dom Diniz estreou-se na poesia aos 45 anos de idade, mas
os três volumes de poesia que, desde então, publicou, já lhe valeram alguns prémios. Manuel Gusmão é membro da Associação Internacional de Literatura Comparada e fundador da Associação Portuguesa de Literatura Comparada. Ao
gosto pela literatura junta o ensino de Literatura Portuguesa, Literatura Francesa e Teoria da Literatura na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Licenciou-se em Filologia Românica pela Universidade de Lisboa. O
doutoramento foi feito com uma tese sobre a poética de Francis Ponge, em 1987 e desde então a obra de Manuel Gusmão tem sido fértil no ensaio poético. A Poesia de Carlos Oliveira (1981), O Poema Impossível: o `Fausto` de Pessoa
(1986), A Poesia de Alberto Caeiro (1986) e Poemas de Ricardo Reis (1992) são exemplos da dedicação do poeta ao estudo da literatura. Em 2002 escreveu o libreto da ópera Os Dias Levantados, de António Pinho Vargas. A
política não o deixou indiferente e, durante a 1ª legislatura da Assembleia da República, o eborense foi deputado pelo PCP à Assembleia Constituinte. É membro do Comité Central e foi mandatário pelos comunistas portugueses ao
Parlamento Europeu em 2004. Gusmão foi fundador da revista de estudos literários franceses Ariane e da Dedalus, da Associação Portuguesa de Literatura Comparada. Começou a publicar poesia há apenas década e meia, mas já
ganhou o Prémio Pen Club de Poesia em 1997, por Mapas o Assombro a Sombra. Teatros do Tempo, de 2001, valeu-lhe o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores e o Prémio de Poesia Luís Miguel Nava. É-lhe
agora atribuído o Prémio Dom Diniz pelo seu mais recente livro, Migrações de Fogo, publicado em Setembro de 2004 pela Caminho, tal como os restantes dois volumes de poesia de que é autor. Vergílio Ferreira para Manuel Gusmão
Este tem sido o ano da consagração do poeta e ensaísta eborense. Depois do Prémio Dom Diniz, Manuel Gusmão foi o vencedor do Prémio Vergílio Ferreira 2005, atribuído pela Universidade de Évora ao conjunto da sua obra
ensaística.
O escritor, que na poesia se estreou aos 45 anos, vê os seus ensaios serem distinguidos com um prémio no valor de cinco mil euros. O nome de Manuel Gusmão foi proposto pela Universidade do Algarve e
aceite unanimemente por um júri composto por Eduardo Prado Coelho, Isabel Pires de Lima, Cristina Almeida Ribeiro, Ana Clara Birrento e Luís Sebastião.
A obra ensaística do escritor eborense é tida como sendo «de grande qualidade» pelos elementos do júri. Para além deste prémio, o poeta venceu, com Migrações de Fogo, o Prémio Dom Diniz relativo a 2005. Antes, em 2001,
havia sido contemplado com o Prémio Luís Miguel Nava pela obra Teatros do Tempo. A mesma obra valer-lhe-ia, no ano seguinte, o Grande Prémio de Poesia APE/CTT. O Prémio Vergílio Ferreira foi instituído em 1997 para promover
o conjunto da obra de um autor português que se destaque na narrativa ou no ensaio, e já passou pelas mão de Maria Velho da Costa, Urbano Tavares Rodrigues ou Mia Couto.
Dom Diniz para Manuel Gusmão Migrações de
Fogo, de Manuel Gusmão, foi o livro escolhido pelo júri do Prémio Dom Diniz. O poeta, que se considera «um pouco arcaico», revelou-se surpreendido e satisfeito por ter ganho o Prémio, cujo nome é o de «um rei-poeta».
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