Candidaturas não aprovadas geram preocupação e desânimo

 

Os presidentes das casas do povo de Canaviais, S. Miguel de Machede, Graça do Divor e Torre de Coelheiros endereçaram uma carta conjunta ao governador civil de Évora manifestando a sua “preocupação e desânimo” pelo facto das candidaturas apresentadas à Direcção-Geral das Autarquias Locais (DGAL), em Junho do ano transacto, não terem sido contempladas como perspectivavam. Do teor da carta foi dado conhecimento ao secretário de Estado da Administração Local.

Quatro Casas do Povo de outras tantas freguesias rurais do concelho de Évora apresentaram, em Junho último, candidaturas  à DGAL para obras de beneficiação com vista à criação de condições que permitam assumirem-se como centros comunitários para a criação de dinâmicas culturais, sociais, educativas, lúdicas e recreativas dada a insuficiência ou mesmo inexistência de estruturas para acolher estas iniciativas. Num valor global que ascendia a 40 mil contos, as candidaturas foram formuladas para colmatar uma importante lacuna nas freguesias rurais e, ao mesmo tempo, para que as casas do povo, enquanto espaços de utilidade pública, pudessem funcionar como elementos de atracção e de fixação através de dinâmicas promotoras da revitalização das comunidades rurais.

À espera da aprovação das candidaturas, os corpos sociais de cada uma das casas do povo (Canaviais, S. Miguel de Machede, Graça do Divor e Torre de Coelheiros), receberam uma carta do governador civil de Évora a informar que “ainda não foi possível dar resposta positiva à candidatura para reparação da Casa do Povo entregue em devido tempo na CCRA (Comissão de Coordenação da Região Alentejo)”.

Sem outras explicações, Henrique Troncho alertou para a necessidade de apresentação de novas candidaturas o que veio a acontecer nos mesmos moldes que as anteriores.

Os presidentes das casas do povo manifestaram a sua “preocupação e, até, desânimo pelo sucedido”. Desmotivados com a situação e com a perda de tempo, estes responsáveis deram conhecimento da carta ao secretário de Estado da Administração Local e contam que as novas candidaturas venham, neste semestre, a ser contempladas.

Recorda-se que os projectos de candidatura foram elaborados pela Associação de Freguesias do Concelho de Évora na prossecução da sua filosofia que passa pela criação de condições de atractividade para quem vive nas freguesias, de revitalização da vida das comunidades e de reforço dos valores identitários com vista ao desenvolvimento harmonioso das complementares realidades urbanas e rurais.

 

Espaços de encontro

Centros de cultura

 

De um levantamento das actividades desenvolvidas nas casas do povo e as que nelas se projectam para o futuro, bem como das carências em matéria de conservação, ampliação e de apetrechamento, a Associação de Freguesias concluiu que “o aproveitamento e rentabilização das casas do povo constitui uma estratégia importante para a melhoria das condições sociais, culturais, lúdicas e recreativas das comunidades locais”.

Sublinha-se ainda que as casas do povo existentes nas freguesias rurais são, em muitos casos, os únicos equipamentos cobertos capazes de acolher iniciativas que careçam de espaços mais amplos. São ainda, em grande parte das freguesias, os locais utilizados para serviços básicos que vão desde o atendimento médico, aos jardins de infância, centros de dia, centros de actividades desenvolvidas por associações e colectividades, entre muitos outros. No entanto, por falta de condições, estão, em muitos casos, subaproveitados.