Técnicos e instituições devem aligeirar respostas aos utentes .

Potenciar o trabalho em rede, efectivar o atendimento integrado, promover práticas de partilha, estimular a cidadania e, fundamentalmente, aligeirar as respostas através de uma maior aproximação aos utentes, foram alguns dos objectivos que estiveram na base de um Workshop realizado no passado dia 11 de Abril, na sede da Associação de Freguesias, promotora do projecto "VIVER na Cidade". A ser desenvolvido no espaço territorial das freguesias da Horta das Figueiras, Malagueira e Sra da Saúde, o projecto resulta de um trabalho em parceria que, no âmbito da rede social do concelho de Évora, tem como pressuposto básico o desenvolvimento social.

 

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"VIVER na Cidade" é, de certo modo, um projecto piloto dado o avanço de Évora (no domínio da rede social) comparativamente ao resto do País. Como tal, há que traçar uma matriz de trabalho que vá ao encontro dos utentes, das pessoas a quem se dirige o trabalho. Com esse objectivo, a promotora do projecto organizouue traçar uma matriz de trabalho que vá ao encontro dos utentes, das pessoas a quem se dirige o trabalho. Com esse encontro dos utentes, das pessoas a quem se dirige o trabalho. Com esse bobjectivo, a promotora do projecto organizou quem workshop no qual estiveram presentes técnicos de serviço social do Centro Distrital de Solidariedade e Segurança Social, Câmara Municipal de Évora, comissões sociais de freguesia da Horta das Figueiras e da Malagueira, Administração Regional de Saúde, Cruz Vermelha, Cáritas Diocesana de Évora e ainda do próprio projecto. Como convidada esteve Teresa Sá, professora do Instituto Superior de Serviço Social de Lisboa que, com a sua experiência e trabalho de investigação nesta matéria, traçou pontos de reflexão para metodologias de trabalho e de intervenção. "Dar mais autonomia a quem está no terreno" é o ponto de partida desenhado por Teresa Sá que adverte para a necessidade de "uma maior responsabilização e credibilização do técnico de serviço social. As instituições não o devem olhar apenas como um agente que transporta informação, dossiers, que marca datas". Cada vez mais se deve desmontar o bloqueio imposto pela visão antiga do serviço social. Segundo Teresa Sá "a visão moderna comporta o conceito de investigação/acção na intervenção. Ao mesmo tempo que se faz o diagnóstico social deve aumentar-se e aligeirar-se a capacidade de resposta junto do utente. Não devemos ficar à espera que os utentes vão à instituição procurar respostas para os seus problemas porque grande parte deles está de tal forma fragilizado ou incapacitado em termos de auto-estima que, ou não tem estímulo para lá se dirigir, ou se perde pelo caminho". Maior autonomia E credibilidade Por outro lado, a supervisora desta sessão de trabalho acrescentou que "o técnico no terreno tem de ser um elo de ligação permanente com o utente para acompanhar o seu percurso e certificar-se que estão a ser perseguidos os vários objectivos que foram traçados para aquela situação. A autonomia de que falo implica ligeireza processual e também responsabilidade face àquela pessoa que está a ser acompanhada". Aproximação, disponibilidade, autonomia, ligeireza processual, responsabilidade e credibilidade são alguns dos pressupostos que devem ser reconhecidos pelas instituições aos técnicos de serviço social. "Não nos podemos esquecer que o utente é uma pessoa deficitária, com a auto-estima em baixo, negativizada. Por outro lado o assistente social tem o dever de se responsabilizar pela sequência e pela consequência dos objectivos que desenhou para aquela pessoa e das respostas que estão a ser dadas pelas instituições. Deve fazê-lo por telefone, por presença física, com idas a casa". Para que a correcção de fenómenos como a pobreza e a exclusão social possa ser bem trabalhada, é necessário que os assistentes sociais vão ao encontro dos problemas, criem situações para que esses problemas possam ter tratados. Teresa Sá argumenta que "por vezes há grupos de jovens que não querem sequer ouvir falar de assistentes sociais, ou de outros técnicos quaisquer. Para tal é preciso que estes criem eventos para se cruzarem com os utentes, detectando assim, as situações que devem ser corrigidas. Claro que as instituições têm de estar abertas ao trabalho destes técnicos respeitando e credibilizando o seu trabalho. É aí que as coisas ainda falham e para a alteração das quais se deve trabalhar mais".