Associação de Freguesias do concelho de Évora inaugurou sede

 

  A Associação de Freguesias do Concelho de Évora inaugurou no passado dia 3 de Janeiro as suas instalações, situadas na Rua das Fontes nº 41 B. Com casa cheia, o presidente da Associação, António Gavela falou dos projectos e passos dados em conjunto para o desenvolvimento global do concelho. Abílio Fernandes, presidente da Câmara, enalteceu o papel da Associação de Freguesias, a qual “tem contribuído para ultrapassar procedimentos rotineiros e para o aprofundamento da democracia, entendida como a procura de mais e melhor participação dos cidadãos”.

Numa cerimónia em que participaram os representantes dos principais órgãos do poder local democrático e dos serviços desconcentrados do Estado, António Gavela, presidente da Associação de Freguesias agradeceu a presença dos cerca de 40 convidados e sublinhou que no decorrer do primeiro ano de actividade, a Associação excedeu em muito o plano que tinha pensado realizar”.

Ao fazer uma abordagem sobre o percurso realizado, o presidente da Associação salientou que depois de reuniões em todas as juntas de freguesia para apurar sobre as carências existentes, assim como as potencialidades, foi iniciado o apoio a projectos para obras das juntas, desenvolvidas parcerias com várias entidades e, entre muitas mais intervenções, foi criado um serviço de assessoria jurídica.

O presidente da Associação falou ainda dos protocolos celebrados com diversos organismos, entre os quais se conta  a delegação regional da Confederação Nacional da Agricultura para apoio aos agricultores de todas as freguesias do concelho. Também com a Universidade de Évora foi assinado um protocolo, do qual estão a resultar várias frentes de trabalho, de que se destaca o primeiro Diagnóstico Multidimensional do Espaço Rural de Évora.

A Associação aposta também em parcerias no âmbito das quais, António Gavela apontou a Associação de Desenvolvimento Rural “Trilho” para a apresentação (efectuada há pouco tempo) de três candidaturas  ao Programa de Luta Contra a Pobreza, que envolvem 10 freguesias rurais e a do Bacelo. “Com a Escola EB 2,3 Garcia de Resende e a Junta de Freguesia da Sra da Saúde apresentámos outra candidatura ao Programa “Ser Criança”, para o projecto “Novidade. Todos estes projectos têm como objectivo intervir na área social, quer em termos de prevenção, quer na intervenção comunitária para resolver e minorar os problemas. Queremos valorizar os saberes dos mais velhos e criar condições para o melhor relacionamento entre gerações”, acrescentou António Gavela.

O presidente da Associação de Freguesias atestou ainda que “vimos aprovado pela Segurança Social o projecto “Viver na Cidade”, no âmbito do Programa Contra a Pobreza que envolve as Freguesias da Malagueira, Horta das Figueiras e Sra da Saúde, no valor de 123 mil contos. Também o projecto “A Carruagem”, recentemente aprovado, consiste na adaptação de uma carruagem cedida pela CP para um espaço de animação sócio-educativa para a infância a funcionar em breve na Horta das Figueiras”.

De entre o vasto leque de acções e projectos em que a Associação de Freguesias está envolvida, António Gavela referiu a experiência piloto da Rede Social do Concelho de Évora que, reunindo todos os organismos e instituições ligados às questões sociais, também é integrada pela Associação. “A nossa Rede Social, comparada com outras experiências nacionais, tem um ano de avanço”, sublinhou.

Em termos de apoio ao associativismo, o presidente da Associação de Freguesias destacou o exemplo das candidaturas para a conservação e recuperação de quatro casas do povo. “Neste momento está em fase de conclusão a candidatura ao III Quadro Comunitário de Apoio para a ampliação e equipamento de outras seis casas do povo, dois balneários, um parque infantil, uma sede social de um grupo desportivo e do Centro de Dia de S. Miguel de Machede”, adiantou.

Muitos mais projectos estão em marcha para que, segundo António Gavela, “com as juntas de freguesia, Câmara Municipal e outras entidades, possamos contribuir para o desenvolvimento global do concelho de Évora.

 

Mais participação

dos cidadãos

 

Por outro lado, o presidente da Câmara de Évora, Abílio Fernandes enalteceu o papel da Associação de Freguesias de Évora com “um currículo invejável e promissor”.

Para Abílio Fernandes, “os projectos concretizados e em curso mostram uma grande dinâmica e capacidade de programação e realização da Associação de Freguesias, bem como uma preocupação em contribuir decisivamente para a resolução dos problemas das populações”.

O presidente da Câmara referiu ainda que a actividade da Associação “evidencia também a capacidade de afirmação das freguesias e dos seus órgãos representativos, que se assumem progressivamente como autênticos agentes locais de desenvolvimento, com um grande conhecimento dos problemas, das necessidades e das prioridades de intervenção”. E acrescentou que “a actividade desenvolvida tem contribuído para ultrapassar procedimentos rotineiros e para a assunção de novas dimensões que, pensamos ser de valorizar pois contribuem para o aprofundamento e para a melhoria da democracia, entendida como a procura de mais e melhor participação dos cidadãos”.

O quadro em que vivemos, adiantou Abílio Fernandes, “não é fácil nem potenciador das dinâmicas que, felizmente, esta Associação tem conseguido desenvolver. São muitos os obstáculos que tentam desencorajar a mobilização das vontandes de participação e de iniciativa. O centralismo, a burocracia, o desrespeito pelas regras democráticas, os critérios de legitimidade duvidosa na apropriação de projectos, são dificuldades que nos cercam e que marcam um quotidiano político que promove o desinteresse e o desencanto”.

Para o presidente da Câmara de Évora, “resistir e combater este estado de coisas significa apostar na inovação, não desistir da participação, não desistir de intervir, não desistir de melhorar as condições de vida da população. O trabalho desta Associação tem mostrado as enormes potencialidades que se abrem a quem não desiste de participar na construção do presente e do futuro”.

O trabalho da Associação de Freguesias e das juntas que esta representa devem muito à cada vez maior articulação e apoio que a Câmara de Évora tem vindo a desenvolver e a intensificar. Nessa perspectiva, Abílio Fernandes disse ainda que o município “tem procurado concretizar uma política de descentralização para as freguesias. Ao contrário do que o Governo faz para as autarquias, e com os parcos meios de que dispomos, temos procurado transferir para as freguesias, com o acordo destas, os meios que lhes permitam concretizar competências voluntariamente assumidas. O aprofundamento desta linha de trabalho está inscrito no programa de actividades recentemente aprovado pelo executivo e pela Assembleia Municipal, sendo uma das dimensões da intervenção autárquica que merece ser valorizada e melhorada”.