Resumo Histórico
A freguesia de Sé e S. Pedro está situada na zona
urbana mais antiga de Évora, sendo seu orago Nossa
Senhora do Carmo. Esta freguesia foi criada por
Decreto-Lei de 12 de Julho de 1997 através da
anexação das freguesias de Sé e de S. Pedro. Dadas
as suas características urbanas, a história da
freguesia de Sé e S. Pedro está intimamente
relacionada com o desenvolvimento histórico da
cidade de Évora, pelo que será necessário mencionar
um pouco da história desta para se entender a
evolução histórica da freguesia.
O território que corresponde à actual freguesia de
Sé e S. Pedro foi habitado desde épocas bastante
remotas, sendo vários os vestígios arqueológicos que
comprovam a antiguidade do seu povoamento. A
municipalização de Évora poderá ter-se verificado no
último quartel do I século a.C., sendo que alguns
investigadores defendem uma data anterior ao ano 27
a.C., durante a estadia de Augusto na Península
Ibérica. Independentemente da data exacta, a
construção de edifícios públicos foi a mais imediata
forma de afirmação do poder político dos novos
senhores e também o meio mais eficaz para
aculturação dos indígenas. Na cidade de Évora, estas
obras foram: um grande fórum com o seu templo,
instalações termais, teatro (ainda por descobrir) e
diversas obras na área da rede viária e do
aprovisionamento de água. O templo romano é, sem
dúvida, um dos mais importantes vestígios romanos da
freguesia de Sé e S. Pedro. Trata-se de um exemplar
de arquitectura romana religiosa que, durante muito
tempo, se pensou ser dedicado à deusa da caça Diana.
Sabe-se que terá sido construído na primeira metade
do século I d.C. e que era dedicado ao culto do
imperador. O seu bom estado de conservação deve-se à
reutilização ao longo dos últimos dois milénios como
torre militar e açougue municipal, entre outras
funções. O seu aspecto actual data de há cerca de
130 anos, quando as autoridades locais, sob a
direcção técnica do cenógrafo Cinatti, decidiram
libertá-lo de todas as construções não romanas.
Em 1165, e após disputas sucessivas entre mouros e
cristãos, Évora foi conquistada aos mouros pelo
exército do rei D. Afonso Henriques, comandado por
Giraldo Geraldes, o “Sem Pavor”. Segundo a tradição,
Giraldo Geraldes, disfarçado de trovador, rondou a
cidade e traçou a sua estratégia de ataque à torre
principal do castelo que era vigiado por um velho
mouro e pela sua filha. Durante a noite, subiu
sozinho à torre e matou os dois mouros,
apoderando-se das chaves da cidade que atacou e
tomou com o seu exército. No dia seguinte, D. Afonso
Henriques, feliz com a notícia da tomada da cidade,
devolveu a Geraldo Geraldes as chaves da cidade, bem
como a espada que ganhara, nomeando-o alcaide
perpétuo de Évora. D. Afonso Henriques mandou
instalar em Évora a sede da Ordem Militar de São
Bento de Calatrava e outorgou-lhe foral. Os
cavaleiros dessa ordem, que se chamaram depois de
Avis, por ter ido de Évora para aquela vila, a
pedido de Fernando Anes, tiveram como primeiro
mestre Fernão Rodrigues Metela e alojaram-se nas
casas a que hoje chamam do conde de Basto, e nas
demais que haviam nas ruas que ainda hoje conservam
o nome de freirias. Os ofícios divinos eram rezados
pelos freires na igreja de S. Miguel, junto ao
palácio dos Basto.
Ainda nos inícios da Idade Média foi construída a
catedral de Santa Maria, cuja fundação é atribuída
ao Bispo D. Paio, em 1186, e a sua primeira
consagração a D. Soeiro, em 1204. Dessa fase inicial
chegaram até aos nossos dias poucos vestígios,
devido à construção da actual Sé, que se deve ao
bispo D. Durando Paes, conselheiro de D. Afonso III.
A 1 de Novembro de 1559 foi solenemente inaugurada
pelo cardeal Infante D. Henrique a Universidade do
Espírito Santo, situada nesta freguesia, sendo de
grande importância no contexto histórico,
sociocultural e artístico da região. Nesta
Universidade existiam três cadeiras de Teologia e
uma de Escrituras, além de Moral, Casuística e
Línguas Orientais e Hebraica. Em 1579, aquando da
expulsão dos jesuítas, as portas da Universidade
foram fechadas. A partir de 1973, a Universidade
voltou a funcionar, tornando-se um centro
intelectual, artístico e cultural com bastante
importância.
Esta freguesia é dotada de um património cultural e
edificado vastíssimo, sendo de destacar, para além
dos já mencionados monumentos: o arco romano de D.
Isabel, a Casa de Garcia de Resende, o Chafariz da
Porta de Moura, a Igreja da Misericórdia de Évora e
a Torre de S. Manços, entre muitos outros.
Esta é uma freguesia urbana, estando a sua economia
centrada sobretudo no comércio, indústria e
serviços.
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Dados técnicos da freguesia
Orago: N. Srª do Carmo
População:
4 250 habitantes
Eleitores:
2
275 eleitores
Actividades Económicas: Comércio e
indústria
Festas e Romarias: Festas da Cidade
(29 de Junho)
Monumentos existentes na freguesia:
Catedral, Templo Diana, Palácio Cadaval, Igreja de S. João Evangelista, Universidade,
Sala dos Actos, Fonte Portas de Moura, Casa Cordovil, Igreja da Misericórdia, Torre de S.
Manços, Capela dos Ossos, Igreja de S. Francisco
Artesanato: Miniaturas em cortiça e
madeira e pintura de azulejos