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VIAJAR NO ALENTEJO

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Gentes

As gentes reservadas no primeiro contacto, são afáveis, gostam de ajudar e de receber bem. Os motards são, em geral bem aceites e convenientente saudados pelos seus confrades.

Se andar perdido, acautele-se quando lhe disserem "... nam tem que saberi, é já ali...", provavelmente será uns bons kms mais longe do que espera.

Localidades

As localidades distam entre si, geralmente não mais do que uns trinta kms (distância que, em tempos idos, se percorria em carro tirado por mulas, numa jornada). Nas localidades mais pequenas pode não haver bomba de gasolina ou, mesmo havendo, estar fechada à noite. Por isso previna-se mantendo o depósito atestado, não confie na reserva.

Património histórico

O património histórico não se resume "apenas" aos períodos da dominação romana, da dominação àrabe, ou à história de Portugal. Os vestígios pré-históricos no Alentejo são muito relevantes, embora nem sempre os acessos estejam ao alcance de uma mota de estrada.

Arraiolos, Castelo de Vide, Crato, Beja, Elvas, Estremoz, Évora, Mértola, Monsaraz, Moura, Portalegre, Sines e Vila Viçosa e em particular Évora, são exemplos de uma riqueza cultural, patrimonial e monumental indiscutível, mas todas as demais, mesmos as mais pequenas, surpreendem-nos sempre pela sua brancura, alinho, atmosfera de tranquilidade e cordialidade das suas gentes como é o caso de Grândola, Nisa, Pavia, Redondo.

Artesanato

O artesanato alentejano é muito variado. Encontrará loiças regionais de grande fama em Nisa, no Redondo, em S. Pedro do Corval, em Viana do Alentejo; bonecos de barro policromo em Estremoz; tapetes em Arraiolos e Portalegre; artigos em osso na Graça do Divor; artigos em cortiça um pouco por todo o lado; mantas em Reguengos de Monsaraz; coros e peles na Terrugem e em Ponte de Sôr; chocalhos nas Alcáçovas; velharias e antiguidades em Borba... Não deixe de visitar os mercados municipais costumam ser muito típicos.

Gastronomia

Talvez se devesse falar em gastronomias alentejanas. No litoral, zona de peixe fresquíssimo e variado, as caldeiradas, o ensopado de enguias, a feijoada de buzinas, a sopa de peixe, as cadelinhas, as sardinhas e os carapaus assados são algumas das iguarias a não perder.

Para o interior, ressaltam traços antigos da cultura árabe, na delicadeza dos aromas do coentro, do poejo, da hortelã e da hortelã da ribeira.

Nas carnes, rainha é a carne de porco, com amejoas ou com migas, mas não se fica a conhecer a cozinha alentejada se não se provar uma lebre com feijão, uma sopa da panela, um ensopado de borrego.

No capítulo das sopas, há que experimentar a açorda de pescada ou de bacalhau, a sopa de tomate a sopa de cação e, para o tempo quente, o gaspacho.

Caldetas, caldeiradas, sargalhetas e fritadas de peixe do rio vão de par com a carne delicada do achigã grelhado nas glórias gastronómicas das terras à beira rio.

Famosos também, os queijos de Évora, de Tolosa/Nisa ou de Serpa e os enchidos de Estremoz ou de Barrancos.

A doçaria, dizem, tem origens menos plebeias, fruto de inventiva conventual, os morgados, o bolo cigano, a encharcada, as queijadas, a cericá, o doce de vinagre, entre outros, são autênticos actos de mestria na arte de tratar a amêndoa, a chila, os ovos e os pontos de açúcar.

E para acompanhar o repasto encontrará sempre vinho do melhor. Não importa se branco ou tinto, a qualidade é regra nos DOC do Redondo, de Évora, de Borba, de Portalegre, da Vidigueira, da Amareleja ou de Pias.

Festividades

As festividades são sempre um bom pretexto para um passeio. Feiras, festas e romarias de sabor popular, sucedem-se ao longo do ano, um pouco por toda a parte. Aqui vão algumas:

As serras. É verdade, o Alentejo não é só planura, também tem belas serranias para visitar. A Serra de S. Mamede (Portalegre), oferece, ao longo de todo o ano, a quem a visita paisagens deslumbrantes, mas na primavera não perca o espectáculo que as serras mais ao sul, sobretudo a de Grândola e a de Portel, revestidas do branco, rôxo e amarelo da esteva, da giesta, do rosmaninho, do alecrim, da urze e do tojo. Inebrie-se com os perfumes que andam no ar e, se for para os lados de Alqueva não perca um bom naco de javali de montaria.

Planícies

As planícies mantém a sobriedade dos montados ou vestem-se a perceito conforme a estação do ano. Verde ondulante das searas e roxo da soagem, no cedo da Primavera, amarelo solar dos restolhos e dos girassóis, no Verão, ou castanho texturado da terra lavrada, no Outono, são sempre bom motivo fotográfico e para um paseio com os olhos nas lonjuras.

Os rios e as barragens oferecem boas oportunidades de desporto, lazer e convívio com a natureza.

 

fim de tarde no Dejebe

belo, o troço do Guadiana por alturas de Mértola.

Litoral

O litoral alentejano é possivelmente o mais bem preservado de Portugal. As arribas, rochosas são muito belas assim como a zona dunar, protegida. Uma delícia para os amantes da natureza.Bons pesqueiros. A qualidade das praias alentejanas é bem patente pelas Bandeiras Azul da Europa que ostentaram entre 1992 e 1996:

Equipamento

O equipamento é sempre importante...

Antes de viajar consulte a meteorologia.Cuidado com a exposição prolongada ao sol, não se esqueça de que pode enfrentar temperaturas muito elevadas - a propósito, refresque-se à vontade nas fontes à beira da estrada, mas não se esqueça que as mais das vezes é água sem controlo sanitário -.

Nos meses de Julho e Agosto tenha à mão um produto contra as picadas de vespas, muito abundantes nesta época do ano, recomenda-se o uso do lenço motard a proteger o pescoço.

Condução

A condução descontraída, nos limites da prudência e com respeito pelos outros utentes da estrada levá-lo-à sempre mais longe.

As estradas principais são de muito bom piso, com pouco trânsito e rectas a perder de vista, convidando a um ritmo mais espevitado, embora frequentemente batidas pelos radares da polícia.

A qualidade das estradas secundárias é variável, mas em geral suportam velocidades da ordem dos 80 - 90 km/hora sem pôr em risco as mecânicas ou os ossos. Atenção aos sinais de curva perigosa, são quase sempre para levar a sério e não é raro encontrarem-se, nestas estradas, sem qualquer aviso, daqueles buracos pequenos mas profundos, "óptimos" para as suspensões e para pôr à prova a arte de bem segurar qualquer mota.

Em dias de caça, é frequente aparecerem cães perdidos, a vadiar nas estradas. Cuidado, têm o mau costume de mudar de direcção sem qualquer aviso.

À noite, se andar por zonas de serrania, não se surpreenda se um javali lhe sair ao caminho. Evite contactos do primeiro grau, mesmo que o bicho lhe pareça batido, são grandes e têm mesmo muito mau feitio.

Quanto ao mais... é dar gás.

Assistência

A assistência técnica qualificada só está disponível nas capitais de Distrito (Beja, Évora e Portalegre).

Esperamos que não necessite de fazer uma visita inesperada à oficina, mas, se necessitar, que não seja grave.

Não se esqueça do seguro de assistência em viagem e, em último caso, paciência, volte de autocarro, de comboio ou à boleia.

Sede: Avenida dos Bombeiros Voluntários de Algés, nº 36 loja 3,      1495-020 ALGÉS