Causas


#07
 
(PUBLICADO NO DIÁRIO DO SUL)

Debate
DA VIVÊNCIA DA CIDADE, DO BETÃO E DO AUTOMÓVEL...

Após as intervenções dos representantes da empresa Parque Expo e do Prof. Arq.º João Rodeia, foi dada a palavra à numerosa assistência presente, de que sintetizamos as principais preocupações manifestadas.

O facto de o estudo não estar assinado (apenas é indicada a assessoria do Prof. Dr. Jorge Gaspar) provocou pedidos de esclarecimento sobre a sua autoria, questão a que os representantes da Parque Expo não souberam ou não quiseram responder, comprometendo-se a informar os presentes na sessão seguinte – promessa que não veio a ser cumprida.
A empresa autora do estudo foi acusada de desconhecer a realidade do centro histórico de Évora, como atestam diversos erros toponímicos ou algumas intervenções previstas para espaços da cidade, incompatíveis com as importantes funções de sociabilidade que desempenham, como é o caso do parque de estacionamento subterrâneo e do espelho de água previstos para o Largo de Avis, ou a abertura de janelas em pátios interiores e privados, para que os turistas os apreciem. A inexistência de estudos geotécnicos que suportem os vários parques de estacionamento subterrâneos previstos foi também apontada, bem como o desconhecimento da necessidade de remodelar profundamente as infra-estruturas da cidade, que não são mencionadas no estudo.
O estudo foi criticado por não acautelar o controlo de iniciativas particulares no conjunto edificado e por preconizar a concessão de uma verdadeira “carta branca” à Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU) “Évora Viva”, indicada como gestora dos diversos projectos, tendo sido feito um apelo às entidades públicas com responsabilidades na preservação patrimonial.

Foi afirmada a necessidade de intervir urgentemente na cidade, pois a sua perda de vitalidade a isso obriga, sendo também referidas dificuldades que o comércio atravessa.
Foi defendido que a gestão das cidades supõe novas formas de pensamento, que o estudo ignora, ao colocar a tónica no betão e não na cultura, e reforçando modelos de intervenção urbana historicamente ultrapassados, para mais numa cidade como Évora, que sempre se afirmou como cidade de cultura.
O Presidente da Câmara Municipal justificou o estudo e o papel da SRU com a oportunidade de financiamento propiciada pelo Quadro de Referência Estratégico Nacional para a regeneração urbana, procurando desvalorizar as intervenções críticas.
Foi também referido o reconhecimento da importância da fruição pedonal da cidade por parte dos visitantes, que não se coaduna com a valorização do automóvel presente no estudo.

 

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