RAMO BOA-VONTADE / SOCIEDADE TEOSÓFICA DE PORTUGAL

BREVE HISTORIAL

 

O Ramo Boa-Vontade da Sociedade Teosófica de Portugal foi fundado em Évora em Outubro de 1956, possuindo Carta de Fundação de 20 de Julho de 1957, passada pelo então Secretário Geral    Sr. Felix Bermudes, reunindo desde essa data com regularidade semanal e ou quinzenal.

 

Desde a sua fundação, os trabalhos têm prosseguido regularmente e o interesse dos seus membros tem incidido fundamentalmente sobre o estudo , reflexão e compreensão da Teosofia na vida quotidiana. Este facto levou o Ramo, desde muito cedo, a adquirir um carácter aberto e não dogmático de tal modo que a investigação realizada no grupo tem sido compartilhada por um número extenso e variável de pessoas.

Na verdade, tem-se compreendido que a ANTIGA SAGEZA não se destina a «espaços fechados», mas que se vira cada vez mais para o exterior neste caso para o exterior das próprias reuniões de Ramo, para a vida quotidiana, onde a SUA vivência se revela altamente necessária ao homem contemporâneo como uma alternativa inadiável.

 

Ao longo dos anos de existência do Ramo, os assuntos escolhidos para estudo e reflexão têm sido os mais diversificados – desde aspectos ligados às Religiões e Filosofias Orientais e Ocidentais, ao Yoga, à Arte e à Educação, até à problemática relacionada com o Auto-Conhecimento e as Relações vividas entre os seres humanos, neste mundo de que somos parte integrante. Para a investigação realizada, têm sido experimentadas diferentes metodologias de trabalho, de acordo com a evolução natural do grupo, no âmbito das pesquisas e preocupações dos indivíduos que o compõem. Encaramos a Teosofia não tanto como um corpo doutrinário dogmático mas como um Oceano imenso de Sageza Espiritual, susceptível de nele mergulharmos para melhor saborearmos a Fonte da Vida e melhor compreendermos e vivermos pragmaticamente os desígnios dos Mestres de Sabedoria que ao longo de milénios têm acompanhado fraternalmente a nossa Humanidade ignorante e sofredora.

 

Variadissimos temas têm sido nos últimos anos trabalhados: «A Busca Espiritual», «A Verdade», «A Unidade de Vida», «A Perspectiva Holística», «A Linguagem da Relação», «Krishnamurti e o Auto-Conhecimento», «A Meditação», «Criação e Liberdade», «A Luz no Caminho» (obra de Mabel Collins), «Os Versos Áureos Pitagóricos», «Ciência Moderna e Teosofia», «A Voz do Silêncio» (obra de H. P. Blavatsky), «O Natal e o Presépio», «Os Mitos», «Budismo», «H.P.Blavatsky e as Estâncias de Dzyan», «A Construção do Quotidiano», «Música e Teosofia», «Jung e a Simbologia Alquímica», «O I-Ching»... e muitos outros que espontaneamente surgiam e tratados sempre com um enfoque teosófico.

 

Tentamos à partida surgir como uma «alternativa» ao pensamento comum, ao senso comum, na vida quotidiana das pessoas simples e que desinteressadamente buscam outras maneiras de olhar a vida e o Outro – com Respeito, com Afeição, com a atenção do Escutar, do Sentir e do Ser. Tentamos «encarnar» uma alternativa à «velha ordem» estabelecida e cristalizada, propondo um novo modo de encarar o mundo, as pessoas e os demais seres vivos que nele vivem e co-existem. A nossa «produção», procuramos que se situe ao nível da vivência quotidiana, como atrás o referimos. Aparentemente um paradoxo, mas tentamos, através da vivência e reflexão de aspectos da ANTIGA SAGEZA, contribuir activa e dinamicamente para a formação de uma Nova Era ao nível das Consciências e das grandes opções de vida sobre a Terra.

 

Fazendo jus ao nome escolhido – BOA VONTADE – consideramos ser esta a principal ferramenta na grande obra de transformação das consciências do homem comum e adormecido. Sinónimo de AFEIÇÃO, e estritamente necessária para o desenvolvimento do AMOR no coração de todos os homens, a BOA VONTADE faz-nos continuamente recordar que a vida autenticamente real é a que passa pelo SERVIÇO, pela DISPONIBILIDADE perante os seus semelhantes e pela TOLERÂNCIA no que diz respeito às suas diferenças. BOA VONTADE é o bordão do Peregrino em Demanda nesta Terra de incertezas e de passagem. BOA VONTADE é a palavra-chave e a pedra-de-toque para que o homem, dentro em pouco, se continuar com este ritmo assustador de violência e de incompreensão, não se auto-aniquile, destruindo com ele milhões e milhões de seres inocentes...

 

Évora, Junho de 1998-06-10

 

O Ramo «Boa-Vontade» da Sociedade Teosófica de Portugal