Forte do Guincho, Cascais, Portugal





A identidade do sítio e do lugar, o valor patrimonial do Forte e a sua integração na paisagem foram conceitos fundamentais para a resposta conceptual e arquitectónica do projecto. Atendendo à consciencialização crescente da necessidade de articulação das matérias relativas ao património arquitectónico com os problemas do ambiente, esta proposta insere-se numa perspectiva de afirmação da paisagem, no quadro de uma intervenção mais vasta no território.

Conservação e preservação são os conceitos subjacentes a esta intervenção, tanto ao nível da paisagem como do monumento com as suas implicações arquitectónicas e estruturais. Assim, toda a intervenção pautar-se-á por critérios de autenticidade, integridade e reversibilidade material e arquitectónica. A solução de manter vivo o monumento, permitindo a sua fruição por parte da população, implica a opção arquitectónica de obra nova que, embora articulada com as estruturas pré-existentes, é lida e interpretada como estando tectonicamente separada do Forte.

A proposta alicerça-se num sistema porticado de madeira que, utilizado de forma repetida, confere o equilíbrio desejado entre a imagem contemporânea e um ambiente interior acolhedor, onde a relação directa com a envolvente e as variações de luz ao longo do dia realçam as características únicas do lugar.

Esta solução, que se considera integrada, permite assim uma leitura dos diferentes momentos de construção, independentemente da opção de rebocar ou não o Forte.

A questão de revestir os paramentos do Forte, em oposição à solução de os manter sem reboco, é uma das mais sensíveis no desenvolvimento do projecto e que, de alguma forma, condicionou a opção pelo material madeira. Por um lado, a imagem actual do Forte depende do cromatismo da alvenaria que lhe assegura a integração na paisagem; por outro, esta ausência de revestimento agrava as condições de conservação do monumento.

Pretendemos, através de um projecto integrado, essencial na sua busca pela unidade de formas e de materiais, conquistar a indispensável harmonia entre espaços construídos e território e entre préexistências e símbolos de contemporaneidade, e assim conferir uma nova vida ao monumento.

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